domingo, 5 de junho de 2011

Saudade

Gélidos e cristalinos, os pingos de chuva caiam incessantemente. Ao longe, o rapaz observava, com ar sereno, a doce melodia produzida pelo choque sincrônico das gotas com o solo. Ao contrário do que imaginava, a sinestésica inspiração que tanto almejava, tardou. Em contrapartida, sem se dar conta, um inesperado ar de nostalgia acometeu seu espírito. Não foi o inexpressivo suspiro que lhe entregou.

E sim, um laivo de tristeza que cortava seu olhar. Com passos modestos, ele se deixou envolver por aquele úmido manto de recordações. Quando percebeu, já estava completamente ensopado, risonho, correndo pela chuva, como se fosse criança mais uma vez.

Thiago Ramos

Nenhum comentário:

Postar um comentário