quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

#contraoaumentoTHE

Durante dias estudantes reunidos nas ruas foram taxados de vândalos, mas pouco se observou o aspecto humano e os valores que cada um trazia para a avenida.

Tudo acontecia como em um filme. As cenas se sucediam em um cenário de por de sol paradisíaco e as diferenças pareciam não se submeter a dividir grupos. Evidentemente o movimento trazia suas bandeiras, faixas e ideologias, mas não é sobre isso que eu quero falar.

Não conquistei amigos de infância, mas fui cativada por rostos que nunca diziam o que eram. Cativou-me a coragem, a beleza, o exemplo, a simpatia dos que não são amigos, mas que hoje possuem o rosto mais familiar e que me passam mais conforto que outros da minha convivência.

Quantos abraços desconhecidos não foram ofertados para a proteção de outros. Quantas vezes os abraços não se tornaram refugio para extravasar as indignações. Quantos braços não se deram pela vontade de seguir em um caminho que apresentava surpresas desagradáveis e surpreendentes todos os dias.

Sorrisos diante do reconhecimento, lágrimas derramadas pela força, olhos fechados para passar o efeito, corpos fechados, corpos em movimento, corpos preparados para encontros desnecessários.

Descuidados a espreita. Passos cuidadosos. Apelos mudos de cuidado atrás de todo abraço de despedida. Nas casa apreensão pelo filho que sai e no retorno o alívio diante da porta de casa.

Os sons de um dia que não silenciaram. O eco das palavras. As cenas que invadem os locais mesmo com a vida indo e vindo. O sabor ainda amargo que ficou dos dias. As marcas, as dores e as cicatrizes na pele.

Emanuele Madeira

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